NOITE - Extras
"Em 1995 eu era um aluno infeliz de Direito, quando a minha
namorada – que acompanhava o meu sofrimento acadêmico – assistiu uma matéria em
um jornal local sobre a Oficina de Quadrinhos da UFC, um projeto de extensão do
curso de Comunicação Social da UFC. Como ela sabia da minha paixão pela nona
arte, me incentivou a ir conhecer o projeto.
A Oficina funcionava aos sábados pela manhã e quando cheguei
lá tinha muita gente esperando. Depois de alguns minutos, chegou o professor
Paulo Henrique Gifone e explicou como iria funcionar o curso de quadrinhos.
Porém, não teria vagas para todos e por isso iríamos passar por uma
seleção. Deveríamos fazer uma história
com começo, meio e fim de uma página e levar no sábado seguinte.
Eu já tinha feito histórias em quadrinhos antes de forma
amadora e precária. Mas nenhuma das minhas histórias tinha apenas uma página.
Passei a semana inteira quebrando a cabeça com esse roteiro, mas nada me
agradava. Li muitas revistas em busca de inspiração. Demolidor, Justiceiro e
Batman estavam entre meus personagens prediletos.
A ideia de um personagem urbano e justiceiro me pareceu
simples e possível de ser resolvido em uma página. Daí surgiu O Noite, um
anti-herói que resolve qualquer problema com uma bala. Rápido e direto, como a
minha tarefa deveria ser. Sentei e resolvi a página em um dia. Até porque já
era sexta-feira e eu não tinha um prazo maior que esse.
Levei a HQ no dia seguinte e passei mais uma semana de
espera. Só pensava em duas coisas: no resultado da seleção e em mais ideias
para compor O Noite. Fui selecionado. Fiz o curso de 4 meses. Conheci muitas
pessoas legais com ideias e sonhos parecidos com os meus. Descobri o meu
futuro. Larguei a faculdade de Direito e entrei em Comunicação Social. Neste mesmo
ano, participei da publicação final da turma: uma edição do PIUM, onde
publiquei minha primeira história em quadrinhos, uma HQ do Noite."
Daniel Brandão
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