sexta-feira, 25 de março de 2016

Cristiano Lopez Mutila o Manicomics!







Sérgio Aragonés Massacra Marvel e Sérgio Aragonés Destrói DC foram lançadas no Brasil em 1998. Neste ano o Capitão Rapadura completou 2 anos com uma Mega-Festa num parque da cidade com um mega palco, presença do corpo de bombeiros fazendo simulações de operações e orientando as pessoas quanto a segurança, primeiros socorros etc. Como parte integrante da equipe de produção da Revista Capitão Rapadura Daniel Brandão, Geraldo Borges, Valdijunio Rodrigues, Vitor Batista e eu estávamos presentes junto com o mentor intelectual da festança: Mino e o próprio Capitão Rapadura (materializado na forma de um boneco criado pelo artista plástico Júlio Maciel). Conversa vai conversa vem no meio da bagunça reencontro um grande amigo da Oficina de Quadrinhos, um dos melhores desenhistas que conhecia na época (e um dos melhores que conheço até hoje), o inoxidável Cristiano Lopez




Cristiano se tornaria um dos mais presentes colaboradores do Manicomics (com o personagem MONGA) e embora a versatilidade do seu traço tenha uma vasta amplitude hoje em dia, na época ele era muito fã do Sérgio Aragonés. Não à toa, pois sabemos como Aragonés é fabuloso. Bem, o igualmente fabuloso, Cristiano Lopes e eu começamos a conversar ali no meio daquela Festa GIGANTE — Digam o que quiserem mas nunca vi nenhuma comemoração de Quadrinhos do tamanho daquele aniversário do Capitão Rapadura. Uma festa em espaço amplo, aberto ao público, com grande palco repleto de shows (Mona Gadelha, Karine Alexandrino, Kátia Freitas, Davi Duarte, Régis e Rogério estavam entre as atrações). Como a revista Capitão Rapadura era voltada para o público infantil havia palhaços e atrações de circo também —e no meio do bate-papo lembramos das edições do Aragonés e de como aquilo era legal. Perguntei ao Cristiano se ele toparia fazer algo do tipo com os personagens do Manicomics. Ao que ele respondeu: "Desde que você faça o roteiro, eu embarco!" 




Fiz um roteiro inicial para o que seria uma HQ fechada onde cada página em si fosse também uma HQ fechada :) Deste modo o material todo poderia ser publicado numa só edição ou homeopaticamente, mas sempre com Páginas auto-contidas. Hoje percebo uma grande vantagem de possuir uma versão impressa de todos os seus roteiros, os arquivos digitais são frágeis e computadores são passíveis
de panes irrecuperáveis, graças a isto não tenho mais o roteiro original, a menos que esteja em alguma das dezenas de pastas (são pastas mesmo, não estou falando de pastas digitais) do meu arquivo morto. De todo modo, foi justamente nesse "arquivo morto" que encontrei boa parte do material deste blog. Com isso vocês tem acesso agora a material perdido (e nunca publicado) da série CRISTIANO LOPEZ MUTILA O MANICOMICS.


Na primeira página versões caricatas de JJ e Cristiano se encontram numa festa no Parque da cidade e bolam uma série de quadrinhos. Na segunda aparecem Zohrn e Lenka, o Elfo Casca-grossa e a Maga-Inteligente. Nesta versão, Zohrn larga a violência e o trabalho de mercenário pois descobre que o amor às criaturinhas da Natureza, o sol, a lua, o mar, os peixinhos borbulhadores e as abelhinhas felizes é mais importante guerrear, degolar e eviscerar as pessoas.

 

O Personagem Exosec (De Asteca e Sérgio Otomo) cansado de ser criticado por ter uma péssima arte-final e uma história fragmentada e ininteligível oculta-se pela cidade mergulhado numa vergonha profunda por ser tão mal tratado por seus artistas e editores. Apache, o macaco-índio (criação de Edicarlos) é um macaquinho que usa um capuz e uma capa porque acha que é algum tipo de super-herói, sempre bem intencionado dono de grande generosidade, bondade e ingenuidade sempre acaba à mercê das travessuras e traquinagens de seu miguinho o Coelho Maluco. Na versão Cristiano Lopez/JJ Marreiro o pacífico e inofensivo Apache, o macaco-índio torna-se um maníaco violento e seu sagaz amiguinho Coelho Maluco se torna o alvo da fúria.





No final das contas não é possível explicar "como" essas HQs não foram publicadas, mas para mim, pesquisar essa material, redigir esse texto, deixar isso de algum modo acessível às pessoas me deixa uma sensação curiosa de estar xerocando livros secretos da biblioteca do Sonhar.






http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/2016/02/fanzine-democratizacao-dos-conteudos.html



http://laboratorioespacial.blogspot.com.br/2012/03/uma-princesa-de-ontem-de-hoje-e-de.html





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